Influência do assoreamento na propagação de inundações: análise hidrodinâmica e avaliação do índice de perigo na bacia do rio Jundiaí

  • Débora de Jesus Siqueira Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo. Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Rua Saturnino de Brito, n° 224, Cidade Universitária, CEP: 13083-889, Campinas, SP, Brazil.
  • Luis Fernando Murillo-Bermúdez Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo. Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Rua Saturnino de Brito, n° 224, Cidade Universitária, CEP: 13083-889, Campinas, SP, Brazil.
  • Filipe Antonio Marques Falcetta Centro de Pesquisa Cidades, Infraestrutura e Meio Ambiente. Seção de Planejamento Territorial, Recursos Hídricos, Saneamento e Florestas. Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT), Avenida Professor Almeida Prado, n° 532, Cidade Universitária, CEP: 05508-901, São Paulo, SP, Brazil.
  • Marina Refatti Fagundes Instituto de Pesquisas Hidráulicas. Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Avenida Bento Gonçalves, n° 9500, CEP: 91509-900, Porto Alegre, RS, Brazil.
  • Hugo de Oliveira Fagundes Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo. Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Rua Saturnino de Brito, n° 224, Cidade Universitária, CEP: 13083-889, Campinas, SP, Brazil.
  • André Luís Sotero Salustiano Martim Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo. Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Rua Saturnino de Brito, n° 224, Cidade Universitária, CEP: 13083-889, Campinas, SP, Brazil.
  • Cristiano Poleto Instituto de Pesquisas Hidráulicas. Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Avenida Bento Gonçalves, n° 9500, CEP: 91509-900, Porto Alegre, RS, Brazil.

Resumo

O assoreamento é um dos principais fatores agravantes de inundações em bacias urbanizadas, alterando a capacidade de escoamento e ampliando riscos socioambientais. Este estudo avalia os impactos do assoreamento na dinâmica de inundações na bacia do Rio Jundiaí (São Paulo, Brasil), utilizando modelagem hidrodinâmica (HEC-RAS 6.0) e o Índice de Perigo (IP = y × v), com base em limiares hidráulicos estabelecidos na literatura. Três cenários foram simulados para um evento extremo TR 100 anos: (1) condição de referência (sem assoreamento), (2) assoreamento moderado (redução de 20% na profundidade) e (3) assoreamento severo (redução de 40%). Os resultados indicaram três padrões distintos de comportamento hidrodinâmico: zonas de alta energia (onde a redução da seção aumentou a velocidade e o poder erosivo), zonas de deposição ativa (locais de baixa velocidade, v < 0,3 m/s, com expansão lateral da inundação) e áreas de transição (com comportamento instável do Índice de Perigo). Verificou-se um aumento da área inundada em 12% (cenário moderado) e 28% (cenário severo), com elevação crítica do IP (> 4,0 m²/s) em zonas de alta energia hidráulica, enquanto áreas de baixa velocidade (v < 0,3 m/s) apresentaram expansão lateral da inundação. A deposição de sedimentos foi predominante em planícies de inundação e trechos com declividade < 0,3%, corroborando estudos da literatura. Conclui-se que o assoreamento não apenas amplia a área alagada, mas também intensifica riscos hidrodinâmicos em regiões críticas, demandando estratégias integradas de gestão sedimentar.

Palavras-chave: assoreamento, índice de perigo, modelagem hidrodinâmica, rio Jundiaí.

Publicado
18/11/2025
Seção
Artigos