Influência do assoreamento na propagação de inundações: análise hidrodinâmica e avaliação do índice de perigo na bacia do rio Jundiaí
Resumo
O assoreamento é um dos principais fatores agravantes de inundações em bacias urbanizadas, alterando a capacidade de escoamento e ampliando riscos socioambientais. Este estudo avalia os impactos do assoreamento na dinâmica de inundações na bacia do Rio Jundiaí (São Paulo, Brasil), utilizando modelagem hidrodinâmica (HEC-RAS 6.0) e o Índice de Perigo (IP = y × v), com base em limiares hidráulicos estabelecidos na literatura. Três cenários foram simulados para um evento extremo TR 100 anos: (1) condição de referência (sem assoreamento), (2) assoreamento moderado (redução de 20% na profundidade) e (3) assoreamento severo (redução de 40%). Os resultados indicaram três padrões distintos de comportamento hidrodinâmico: zonas de alta energia (onde a redução da seção aumentou a velocidade e o poder erosivo), zonas de deposição ativa (locais de baixa velocidade, v < 0,3 m/s, com expansão lateral da inundação) e áreas de transição (com comportamento instável do Índice de Perigo). Verificou-se um aumento da área inundada em 12% (cenário moderado) e 28% (cenário severo), com elevação crítica do IP (> 4,0 m²/s) em zonas de alta energia hidráulica, enquanto áreas de baixa velocidade (v < 0,3 m/s) apresentaram expansão lateral da inundação. A deposição de sedimentos foi predominante em planícies de inundação e trechos com declividade < 0,3%, corroborando estudos da literatura. Conclui-se que o assoreamento não apenas amplia a área alagada, mas também intensifica riscos hidrodinâmicos em regiões críticas, demandando estratégias integradas de gestão sedimentar.
Palavras-chave: assoreamento, índice de perigo, modelagem hidrodinâmica, rio Jundiaí.
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