Modelagem hidrogeoquímica e qualidade das águas subterrâneas em aquíferos costeiros no Nordeste do Brasil

Resumo

A modelagem geoquímica é uma abordagem central em avaliações hidrogeoquímicas, permitindo identificar condições de equilíbrio água/rocha por meio de índices de saturação mineral e, assim, compreender os processos que controlam as características químicas das águas subterrâneas. Este estudo teve como objetivo identificar os principais mecanismos que governam o comportamento hidrogeoquímico e avaliar as condições de equilíbrio das espécies minerais que compõem o arcabouço hidrogeológico da região costeira do nordeste do Brasil, utilizando modelagem geoquímica para inferir os processos de controle composicional e qualitativo, a partir dos padrões de potabilidade das águas subterrâneas. Os resultados indicam predominância de águas cloretadas sódicas com concentrações de sólidos totais dissolvidos, cloreto, dureza total, sulfato, sódio, ferro total, nitrato, turbidez, bário e chumbo fora dos padrões de potabilidade. O intemperismo induzido pela interação entre águas subterrâneas e minerais dos aquíferos percolados emerge como o principal fator de controle hidrogeoqúmico na área. A modelagem hidrogeoquímica aponta condições de supersaturação para quartzo, goethita e hematita, e de subsaturação para caulinita, muscovita, ilita e calcita nas amostras analisadas, justificando as altas concentrações de elementos provenientes de minerais propensos à dissolução e o acréscimo de íons em solução, bem como as baixas concentrações de elementos oriundos de minerais propensos à precipitação, que são removidos da solução. Conclui-se que o intemperismo de silicatos e a dissolução de carbonatos são os principais processos de controle composicional das águas subterrâneas da região, com contribuições de atividades antrópicas e da influência marinha.

Palavras-chave: Bacia Potiguar, contaminação, diagrama de Gibbs, phreeqc.