Monitoramento da deposição e ressuspensão de rejeitos de minério de ferro no Rio Doce após o rompimento da barragem de Fundão

  • Fabricia Benda de Oliveira Departamento de Geologia. Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), Alto Universitário, s/n, Caixa Postal 16, CEP: 29500-000, Alegre, ES, Brazil.
  • Mirna Aparecida Neves Departamento de Geologia. Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), Alto Universitário, s/n, Caixa Postal 16, CEP: 29500-000, Alegre, ES, Brazil.
  • Julia Lugon Pontes Departamento de Geologia. Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), Alto Universitário, s/n, Caixa Postal 16, CEP: 29500-000, Alegre, ES, Brazil.
  • Carlos Henrique Rodrigues de Oliveira Coordenação de Licenciatura em Ciências Biológicas. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo (IFES), Campus de Alegre, Rodovia ES-482, Km 72, CEP: 29500-000, Alegre, ES, Brazil.
  • Eduardo Baudson Duarte Coordenadoria do Curso de Bacharelado em Geologia. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo (IFES), Campus Nova Venécia, Rodovia Miguel Curry Carneiro, n° 799, CEP: 29830-000, Venécia, ES, Brazil.
  • Lucas Esteves Machado Departamento de Geologia. Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), Alto Universitário, s/n, Caixa Postal 16, CEP: 29500-000, Alegre, ES, Brazil.

Resumo

O Rio Doce, localizado no Sudeste do Brasil, é de grande importância no abastecimento de água para uso urbano, agricultura, pesca e outros fins. Foi afetado por um desastre ocorrido em 5 de novembro de 2015 devido ao rompimento da barragem de rejeitos de minério de Fundão, no município de Mariana (MG). Este desastre gerou consequências socioambientais, pois algumas regiões foram severamente afetadas devido aos rejeitos lançados no rio, considerados potencialmente tóxicos a curto e longo prazo. Este trabalho apresenta uma análise temporal de imagens do satélite Landsat 8, associando os aspectos da precipitação em meses secos e chuvosos, em anos anteriores e posteriores ao desastre (2014, 2015, 2016 e 2020), juntamente com o Índice de Diferença Normalizada de Água (NDWI) obtido por processamento digital de imagens, para analisar a relação entre períodos secos e chuvosos e a resposta espectral das imagens. Esta análise permitiu compreender o comportamento dos materiais em suspensão, antes e após o desastre, para desvendar como ocorre a dispersão dos rejeitos. Parte do rejeito de minério que foi depositado ao longo do rio entrou em suspensão novamente na estação chuvosa um ano após o desastre e, cinco anos depois, as imagens de satélite não mostram nenhuma diferença em comparação às condições pré-desastre. Mas, sete anos após o vazamento, ainda há rejeitos de minério de ferro depositados e misturados aos sedimentos do rio. A dinâmica fluvial está incorporando os rejeitos aos sedimentos, originando locais propícios para fornecer vários tipos de metais aderidos ao material particulado.

Palavras-chave: precipitação, resíduos de minério de ferro, sensoriamento remoto.


Publicado
10/01/2025
Seção
Artigos