Espacialização da capacidade de água disponível em solos tropicais om cultura soja (Glycine max) no Estado do Tocantins-Brasil

Resumo

A soja brasileira tem crescido consideravelmente em termos econômicos. Sua produção depende da demanda de alguns insumos. Um desses insumos é o suprimento de água pelo solo, que pode ser feito artificialmente ou obtido pela pluviometria natural. O conhecimento da capacidade de água disponível (CAD), que depende da disponibilidade total de água (DTA), é pouco acessível e de difícil medição e aferição no campo. Esse trabalho teve o objetivo de mapear a CAD do Estado do Tocantins, a partir de funções de pedotransferência (FTPs), para fins de se avaliar a disponibilidade hídrica dos solos das microrregiões desse estado. O modelo utilizado foi o de Arya & Paris com auxílio de um programa de computador, Qualisolo, confeccionado pela EMBRAPA Instrumentação. 157 amostras de solos tropicais foram extraídas do portal da EMBRAPA Solos. Preliminarmente, obteve-se a curva característica de retenção de água (CRA) e, ulteriormente, estimou-se a DTA e a CAD para essa oleaginosa. Por regressões lineares múltiplas fez-se a correlação entre a DTA e os teores de argila (Ag), Silte (Si), areia total (AT) e carbono orgânico (CO). A correlação selecionada devido à sua simplicidade foi DTA = 3,2993 – 0,0028AT – 0,0034Ag. Esta principal conclusão reflete uma CAD profícua para tomadas de decisão por parte da agroindústria da soja e expõe as fragilidades regionais para esta cultura sob regime de sequeiro em algumas regiões tocantinenses. Observou-se uma possível ameaça do agronegócio a APA da Ilha do Bananal/Cantão, microrregião do Rio Formoso, que aparece em termos de disponibilidade hídrica.