Avaliação do ciclo de vida ambiental de uma ETE que emprega filtro biológico percolador, de baixa taxa, como pós-tratamento de um reator UASB e diferentes alternativas de gerenciamento de lodo

  • Karina Guedes Cubas do Amaral Departamento de Hidráulica e Saneamento (DHS). Universidade Federal do Paraná (UFPR), Avenida Coronel Francisco Heráclito dos Santos, n° 100, CEP: 81530-000, Curitiba, PR, Brazil.
  • Julio Cezar Rietow Departamento de Hidráulica e Saneamento (DHS). Universidade Federal do Paraná (UFPR), Avenida Coronel Francisco Heráclito dos Santos, n° 100, CEP: 81530-000, Curitiba, PR, Brazil.
  • Miguel Mansur Aisse Departamento de Hidráulica e Saneamento (DHS). Universidade Federal do Paraná (UFPR), Avenida Coronel Francisco Heráclito dos Santos, n° 100, CEP: 81530-000, Curitiba, PR, Brazil.
Palavras-chave: aterro sanitário, avaliação ambiental, biogás, dióxido de nitrogênio, estabilização alcalina, lodo biológico.

Resumo

O presente estudo teve por objetivo realizar a avaliação de ciclo de vida (ACV) ambiental de uma estação de tratamento de esgoto (ETE), dotada de filtros biológicos percoladores (FBPs) de baixa taxa, como pós-tratamento de reatores anaeróbios - UASB. A ETE está localizada no sul do Brasil e emprega como alternativas de destinação do lodo o aterro sanitário e o uso agrícola. Para realizar a avaliação, utilizou-se a técnica de ACV, empregando o software SimaPro® 9. Os resultados evidenciaram que os gases metano (CH4) e dióxido de enxofre (SO2), emitidos para a atmosfera, após a queima parcial do biogás em queimadores abertos, são os principais responsáveis pelos impactos nas categorias de mudanças climáticas (GW) e acidificação terrestre (TA), respectivamente. Devido à baixa taxa de aplicação hidráulica de esgoto nos FBPs, as emissões de óxido nitroso (N2O) se destacaram pelo elevado impacto na categoria de depleção de ozônio estratosférico (SOD). O emprego do lodo na agricultura obteve um maior potencial de impacto ambiental, em relação ao aterro sanitário, em 5 das 8 categorias avaliadas. Os principais impactos do uso agrícola foram na categoria de toxicidade humana (HT), devido à elevada concentração de zinco presente no lodo, e na categoria de acidificação terrestre (TA), em virtude da emissão de amônia (NH3) durante a higienização do lodo. Por sua vez, os principais aspectos positivos foram os produtos evitados como ureia, fertilizante fosfatado e calcário. Os resultados reportados contribuem para uma maior discussão dos processos de tratamento de esgoto, bem como de alternativas de gerenciamento de lodo, empregados em países em desenvolvimento.


Publicado
20/05/2021
Seção
Artigos