Concentração de mercúrio total em peixes do reservatório de Três Marias, Bacia do rio São Francisco

  • Marcos Vinícius Teles Gomes Departamento de Limnologia e Aquicultura. Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (CODEVASF), BR 101, Km 2, CEP: 57290-000, Porto Real do Colégio, Alagoas, Brazil.
  • Carlos Alexandre Borges Garcia Centro de Ciências Exatas e Tecnologia. Departamento de Quimíca. Universidade Federal de Sergipe (UFS), Avenida Marechal Rondon, s/n, CEP: 49100-000, São Cristóvão, SE, Brazil.
  • Yoshimi Sato Centro Integrado de Recursos Pesqueiros e Aquicultura. Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (CODEVASF), Avenida Geraldo Rodrigues dos Santos, s/n, CEP: 39205-000, Três Marias, MG, Brazil.
  • Érica Araújo Mendes Unidade de Desenvolvimento Territorial. Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (CODEVASF), Avenida Geraldo Ataíde, n° 483, CEP: 39400-292, Montes Claros, MG, Brazil.
  • Mário Olindo Tallarico de Miranda Superintendência Estadual de Minas Gerais. Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), Avenida do Contorno, n° 8121, CEP: 30110-051, Belo Horizonte, MG, Brazil.
  • Silvânio Silvério Lopes da Costa Núcleo de Petróleo, Gás e Biocombustível (NUPEG). Universidade Federal de Sergipe (UFS), Avenida Marechal Rondon, s/n, CEP: 49100-000, São Cristóvão, SE, Brazil.
Palavras-chave: mercúrio, peixe, rio São Francisco.

Resumo

Diante da toxicidade do mercúrio para o ser humano e para o meio ambiente, o objetivo deste trabalho foi avaliar a sua bioacumulação em 13 espécies de peixes com diferentes hábitos alimentares, capturados no reservatório de Três Marias, bacia do rio São Francisco, no período de março de 2012 a abril de 2013. Os resultados obtidos revelam que as espécies com hábito alimentar carnívoro apresentaram as maiores concentrações médias de mercúrio em músculo, com destaque para Serrasalmus brandtii (pirambeba) e Pygocentrus piraya (piranha), com concentrações de 0,4147 ± 0,2744 μg g-1 e 0,1774 ± 0,2980 μg g-1, respectivamente. Considerando as concentrações médias, todas as espécies estudadas apresentaram teores de mercúrio abaixo dos limites máximos de 0,5 μg g-1 em peixes não predadores e de 1,0 μg g-1 em peixes predadores, estabelecidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Levando em conta cada espécie, os valores mínimos e máximos de mercúrio nos tecidos muscular e hepático demonstraram uma ampla dispersão. Em 4% dos espécimes de pirambeba e 7% de piranha, os teores de mercúrio em músculo ultrapassaram o limite estabelecido pela ANVISA para peixes predadores, e, portanto, sendo impróprios para o consumo humano. As demais espécies não apresentaram amostras de músculo com teor de Hg acima do estabelecido em lei. Devido ao seu hábito alimentar carnívoro e sua ampla distribuição na bacia do rio São Francisco, Serrasalmus brandtii pode ser considerada como biomonitor, capaz de bioacumular mercúrio, indicando, assim, o nível de contaminação desse metal no ambiente aquático em que vive.


Publicado
23/03/2021
Seção
Artigos