Efeito do acúmulo de nitrito na emissão de óxido nitroso de um reator em batelada sequencial anaeróbio/aeróbio/anóxico/aeróbio em escala de laboratório

  • Larissa Coelho Auto Gomes Departamento de Saneamento e Saúde Ambiental (DSSA). Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (ENSP/Fiocruz), Rua Leopoldo Bulhões, n° 1480, CEP: 21041-210, Rio de Janeiro, RJ, Brazil.
  • Barbara Costa Pereira Departamento de Saneamento e Saúde Ambiental (DSSA). Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (ENSP/Fiocruz), Rua Leopoldo Bulhões, n° 1480, CEP: 21041-210, Rio de Janeiro, RJ, Brazil.
  • Renato Pereira Ribeiro Centro Experimental de Monitoramento e Mitigação Ambiental. Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ), Rua Lúcio Tavares, n° 1045, CEP: 26530-060, Nilópolis, RJ, Brazil.
  • Jaime Lopes da Mota Oliveira Departamento de Saneamento e Saúde Ambiental (DSSA). Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (ENSP/Fiocruz), Rua Leopoldo Bulhões, n° 1480, CEP: 21041-210, Rio de Janeiro, RJ, Brazil.
Palavras-chave: acúmulo de nitrito, produção e emissão de óxido nitroso, reator em batelada sequencial.

Resumo

Os processos de tratamento biológico de esgotos com remoção biológica de nitrogênio são potenciais fontes de emissão de óxido nitroso (N2O). No entanto, é importante ampliar o conhecimento dos principais fatores de controle associados à produção de N2O para propor estratégias de mitigação de sua emissão. O objetivo deste estudo foi identificar os parâmetros que favoreceram o acúmulo de nitrito (NO2-) e sua influência na produção e emissão de N2O em um reator em batelada sequencial anaeróbio/aeróbio/anóxico/aeróbio com remoção de nitrogênio. Mesmo com a concentração de oxigênio dissolvido e o potencial redox controlados, a primeira fase aeróbia promoveu apenas a nitrificação parcial resultando em acúmulo de NO2- (variando de 29 a 57%) e geração de N2O. Este NO2- não foi totalmente consumido na fase anóxica subsequente promovendo uma produção ainda maior de N2O pela desnitrificação parcial. Foi observada uma relação direta entre o acúmulo de NO2- nessas fases e a produção de N2O. Enquanto na primeira fase aeróbia a razão N2O/NO2- variou entre 0,5 a 8,5%, na anóxica foi entre 8,3 e 22,7%. Portanto, houve uma maior produção de N2O durante a fase anóxica do que na primeira fase aeróbia. Com isso, os maiores fluxos de N2O ocorreram na segunda fase aeróbia, variando de 706 a 2416 mg N m-2 h-1, assim que a aeração foi acionada. A promoção da nitrificação e da desnitrificação completas neste sistema mostrou ser o fator chave para evitar o acúmulo de NO2- e, consequentemente, a emissão de N2O.


Publicado
23/03/2021
Seção
Artigos