Alterações na cobertura florestal da mata ciliar ao Rio Paraíba do Sul, entre os anos de 1966 e 2017, no trecho Jacareí-Queluz, São Paulo, Brasil

  • João Marcos Tourinho Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais (PPGCA). Universidade de Taubaté (UNITAU), Estrada Municipal Doutor José Luiz Cembranelli, n°5000, CEP: 12081-010, Taubaté, SP, Brazil.
  • Celso de Souza Catelani Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais (PPGCA). Universidade de Taubaté (UNITAU), Estrada Municipal Doutor José Luiz Cembranelli, n°5000, CEP: 12081-010, Taubaté, SP, Brazil.
  • Maria Cecília Barbosa de Toledo Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais (PPGCA). Universidade de Taubaté (UNITAU), Estrada Municipal Doutor José Luiz Cembranelli, n°5000, CEP: 12081-010, Taubaté, SP, Brazil.
Palavras-chave: área de preservação permanente, cartografia, conservação ambiental, matas ciliares, políticas públicas.

Resumo

Este trabalho parte do pressuposto que a partir da promulgação do Código Florestal em 1965, reafirmada na revisão da Lei em 2012, a Área de Preservação Permanente (APP) do Rio Paraíba do Sul, PRS, encontra-se recuperada e preservada. Dessa forma, o presente trabalho teve como objetivo (1) realizar um levantamento temporal, compreendendo os anos de 1966, 1977 e 2017 e (2) um levantamento espacial, a partir das taxas de mudanças compreendendo ganhos e perdas na cobertura florestal. O trabalho foi realizado no trecho do RPS paulista entre os municípios de Jacareí a Queluz. Foram utilizadas as cartas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE (1964-1966), do Instituto Geográfico e Cartográfico do Estado de São Paulo – IGC-SP (1978) (IGC) e imagens de alta resolução do satélite Pléiades (2017). Para análise espacial e temporal da área de estudo, foram utilizadas técnicas de geoprocessamento quanto a área de ocupação da floresta em duas faixas: 100 m (Área de Preservação Permanente - APP) e 1000 m a partir de ambas as margens. Foram obtidas métricas quanto ao tamanho total e médio da cobertura florestal, proporção de ocupação das áreas de florestas, ganho/perda de áreas coberta por floresta e distância entre os fragmentos mais próximos. Os resultados revelaram que da década 60 até 2017 a cobertura florestal passou de 5,3% para 21% e de 2% para 13% nas faixas de 100 e 1000 metros, respectivamente. Quanto as áreas registradas em 1960, grande parte sofreu redução, uma perda de 691 hectares principalmente dos grandes remanescentes florestais. Entretanto, parte desses remanescentes florestais, permaneceram até 2017, porém, grande parte dessas áreas encontram-se na faixa de 1000 m de distância da margem. Esses resultados permitiram avaliar e sugerir áreas prioritárias para a conservação da mata ciliar ao RPS. A partir da análise das distâncias entre os fragmentos florestais, foram identificados espaços vazios, desprovidos de cobertura florestal e em alguns casos foram indicados como áreas prioritárias para recuperação. Os resultados evidenciaram que, lentamente, parte da mata ciliar ao RPS se recuperou, mas ainda está longe de satisfazer a legislação vigente no país. Esse trabalho pode ser útil para auxiliar a fiscalização das áreas de preservação permanente ao RPS paulista. Ao final considera-se necessário um amplo e minucioso levantamento das áreas de pousio e consolidadas para que sejam propostas ações de mitigação e compensação da mata ciliar ao Rio Paraíba do Sul e subsidiar a conservação da qualidade do recurso hídrico e da biodiversidade.


Publicado
04/12/2020
Seção
Artigos