Exposição a agrotóxicos e o uso de equipamentos de proteção pessoal por pequenos agricultores em um município de Minas Gerais, Brasil

  • Júlio César Barbosa da Silva Departamento de Medicina. Universidade de Taubaté (UNITAU), Avenida Tiradentes, n°500, CEP: 12030-180, Taubaté, SP, Brazil.
  • Felipe Lima Dipe Departamento de Medicina. Universidade de Taubaté (UNITAU), Avenida Tiradentes, n°500, CEP: 12030-180, Taubaté, SP, Brazil.
  • Camila dos Santos Leite Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde. Universidade São Francisco (USF), Avenida São Francisco de Assis, n°218, CEP: 12961-900, Bragança Paulista, SP, Brazil.
  • Ana Aparecida da Silva Almeida Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais (PPGCA). Universidade de Taubaté (UNITAU), Estrada Municipal Doutor José Luiz Cembranelli, n°5000, CEP: 12081-010, Taubaté, SP, Brazil.
  • Oscar César Pires Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais (PPGCA). Universidade de Taubaté (UNITAU), Estrada Municipal Doutor José Luiz Cembranelli, n°5000, CEP: 12081-010, Taubaté, SP, Brazil.
Palavras-chave: defensivos agrícolas, exposição ocupacional, organofosforados, trabalho rural

Resumo

O uso de defensivos agrícolas, os agrotóxicos, no Brasil tem aumentado significativamente nas últimas décadas, sobretudo, pela necessidade de competição entre o mercado interno brasileiro e a exportação. Os agrotóxicos estão entre os mais importantes fatores de risco à saúde da população geral, especialmente aos trabalhadores, e ao meio ambiente, resultando em um cenário de aumento de gastos públicos com saúde e prejuízo social devido a intoxicações por tais produtos químicos com destaque para os organosfosforados e carbamatos. Essas substâncias quando usadas de forma irregular, sem EPIs ou descartadas de forma inadequada ao que é estipulado pela vigilância sanitária provocam intoxicações que levam a danos de curto a longo prazo. Com o objetivo de estabelecer o conhecimento de agricultores familiares sobre a exposição a agrotóxicos e importância do uso de EPIs, este trabalho realizou um estudo transversal, qualitativo, com participação, por conveniência, de 64 moradores da zona rural. A pesquisa teve início após aprovação do Comitê de Ética em Pesquisas com Seres Humanos, assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido e constou da aplicação de um questionário com questões de múltipla escolha e dissertativas. Participaram do estudo 64 agricultores familiares, sendo 51 homens e 13 mulheres, com idade variando entre 18 e 65 anos. Todos os pesquisados referem fazer uso de agrotóxicos e não utilizar ou utilizar esporadicamente os EPIs. Todos os entrevistados referem não ter assistência especializada para orientação sobre o uso dos produtos, inclusive os armazenam de forma inadequada em casa ou em locais inapropriados. Assim, foi possível concluir que os agricultores familiares pesquisados subestimam os danos sobre si e sua família e demonstram falta de conhecimento técnico referente ao manejo adequado desses produtos.


Publicado
30/11/2020
Seção
Artigos