Variações nos níveis de reposição hídrica no solo promovem mudanças na composição mineral e produtividade de biomassa de palma forrageira

Resumo

O aumento populacional e necessidade de exploração de recursos naturais para produção de alimentos e garantia da soberania alimentar reduzem a disponibilidade hídrica e isso pode influenciar a capacidade de absorção de nutrientes e produção das plantas. Objetivou-se avaliar se as variações nos níveis de reposição hídrica no solo promoveram mudanças na composição mineral e produtividade de biomassa de variedades de palma forrageira. Foi instalado experimento de campo em delineamento de blocos casualizados com cinco níveis de reposição da evapotranspiração de referência (25, 50, 75, 100 e 125% da ETo) e três repetições. Em duas variedades de palma forrageira (Miúda e Orelha de Elefante Mexicana) foram quantificados os teores dos macronutrientes, N, P, K, Ca, Mg e S; dos micronutrientes Cu, Fe, Mn, Zn, Cl, Na e B; e produtividade de biomassa. Os dados foram submetidos à análise de componentes principais e variância multivariada. A composição mineral das variedades de palma forrageira ‘Miúda’ e ‘Orelha de Elefante Mexicana’ pode ser otimizada a partir do manejo de água no solo, de modo a ser obter balanço nutricional adequado para maior produtividade. O nível de reposição de 75% da ET_o proporcionou maior equilíbrio entre os nutrientes nos cladódios da variedade de palma forrageira ‘Miúda’, já a variedade ‘Orelha de Elefante Mexicana’ teve melhor balanço nutricional com os níveis de reposição de 100 e 125% da ETo. Os níveis de reposição de água no solo de 100 e 125% da ETo promovem elevado acúmulo de íons Na⁺ e Cl^- nos cladódios das variedades de palma forrageira estudadas. Maior produtividade de biomassa das variedades ‘Orelha de Elefante Mexicana’ e ‘Miúda’ foi obtida com reposições 75 e 100% da ETo, respectivamente. Dentre as variedades, a ‘Orelha de Elefante Mexicana’ teve maior capacidade de acúmulo de nutrientes e produtividade de biomassa, seguida da ‘Miúda’ nas condições edafoclimáticas do semiárido brasileiro.