Recursos hídricos, políticas públicas e a pandemia de COVID-19

  • Diego Antonio França de Freitas Instituto de Ciências Agrárias. Universidade Federal de Viçosa (UFV), Campus UFV Florestal, CEP: 35690-000, Viçosa, MG, Brazil.
  • Julio Issao Kuwajima Consultor Independente, Alameda dos Jurupis, n° 410, CEP: 04088-001, São Paulo, SP, Brazil.
  • Gesmar Rosa dos Santos Diretoria de Estudos e Políticas Regionais, Urbanas e Ambientais (DIRUR). Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), Setor Bancário sul, Qd 1, Bloco J, CEP-70076-900, Brasília, DF, Brazil.
Palavras-chave: Hub integrador, saúde pública, tratamento de esgoto.

Resumo

A nova pandemia do coronavírus resultou em impactos socioeconômicos globais; no entanto, ainda há necessidade de melhorar o entendimento e os dados sobre sua forma e padrões de propagação. Portanto, estudos sobre o papel dos recursos hídricos e do saneamento devem ser priorizados, dado o potencial de servir como meio de dispersão do vírus SARS-CoV-2, causador da doença COVID-19. Até o momento, o RNA do vírus transmissor já foi detectado em esgoto doméstico de vários países, mas não há, no entanto, evidências de contaminação pelo contato direto com esses efluentes. Mesmo assim, regiões pobres e sem tratamento adequado de água e esgoto, como ocorre no Brasil, devem atuar no sentido de desenvolver políticas eficientes de melhoria da qualidade da água voltadas para a saúde pública. Uma das opções é a formação de um Hub que agregue os vários aspectos inter-relacionados de água e saneamento em um contexto coeso e ágil. É essencial combinar investimento, pesquisa e monitoramento da qualidade da água e dos efluentes para melhorar a segurança sanitária, a qualidade da água e a saúde humana, com ênfase nas áreas mais pobres. O Hub também serviria como meio de controlar e monitorar a dispersão de patógenos como o vírus SARS-CoV-2, mitigando assim impactos econômicos e sociais.


Publicado
03/09/2020
Seção
Editorial