Ecologia alimentar e presença de microplástico no conteúdo estomacal de peixes neotropicais em um rio urbano da bacia do alto rio Paraná

  • Cristian Wesley de Souza Oliveira Laboratório de Ecologia Estrutural e Funcional de Ecossistemas. Universidade Paulista (UNIP), Avenida Independência, n° 752, CEP: 18103-000, Sorocaba, SP, Brazil.
  • Cláudia dos Santos Corrêa Escola de Engenharia de São Carlos. Centro de Recursos Hídricos e Estudos Ambientais. Programa de Pós-Graduação em Ciências da Engenharia Ambiental. Universidade de São Paulo (USP), Rodovia Domingos Innocentini, Km 13, CEP: 13560-970, Itirapina, SP, Brazil.
  • Welber Senteio Smith Laboratório de Ecologia Estrutural e Funcional de Ecossistemas. Universidade Paulista (UNIP), Avenida Independência, n° 752, CEP: 18103-000, Sorocaba, SP, Brazil. Escola de Engenharia de São Carlos. Centro de Recursos Hídricos e Estudos Ambientais. Programa de Pós-Graduação em Ciências da Engenharia Ambiental. Universidade de São Paulo (USP), Rodovia Domingos Innocentini, Km 13, CEP: 13560-970, Itirapina, SP, Brazil. Programa de Pós-Graduação em Aquicultura e Pesca. Instituto de Pesca. Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios, Avenida Francisco Matarazzo, n° 455, CEP: 05033-970, São Paulo, SP, Brazil.
Palavras-chave: espécies bentônicas, sedimento, urbanização.

Resumo

O plástico é um material relevante, mas junto com seus benefícios também surgem diversos problemas, um deles são as consequências do seu descarte irregular no meio ambiente e sua eventual fragmentação em microplásticos. O plástico pode alcançar rios e afetar sua biota através da sua degradação em micropartículas. A entrada de plástico na cadeia alimentar ocorre pelo consumo dos peixes ou outros organismos. Além disso, poluentes orgânicos persistentes podem acumular nessas micropartículas, e ao serem ingeridos pela biota podem causar vários problemas fisiológicos. Tais poluentes podem atingir o homem ao consumir água ou peixe. Existem inúmeros estudos no ambiente marinho que mostram que os microplásticos interferem significativamente na biota marinha, mas estudos que abordam esse tópico em ambientes de água doce ainda são incipientes. O presente trabalho teve como objetivo caracterizar a dieta das espécies de peixes mais abundantes em um rio urbano da Bacia do Alto Paraná, investigando a ocorrência de microplástico. Por mais que o rio estudado sofra da síndrome do rio urbano, verificou-se uma grande variedade de alimentos consumidos pelos peixes. Foi analisado o conteúdo estomacal de 220 indivíduos pertencentes a 14 espécies. Na análise do conteúdo estomacal, foram encontrados 16 tipos de itens alimentares, a maioria autóctone. As espécies analisadas foram agrupadas em 4 categorias tróficas, sendo o iliófago dominante. A presença de microplásticos foi encontrada em 2% dos indivíduos estudados, dois indivíduos da espécie Rhamdia quelen, um espécime de Hoplosternum littorale e um espécime de Astyanax fasciatus.


Publicado
08/07/2020
Seção
Artigos