Isozimas de malato desidrogenase e de lactato desidrogenase de Astyanax bimaculatus como biomarcadoras do impacto ambiental
Resumo
A atividade de determinadas isozimas pode ser biomarcadora de condições fisiológicas específicas dos organismos. O presente trabalho teve como objetivo avaliar as isozimas de malato desidrogenase (MDH) e de lactato desidrogenase (LDH) provenientes dos tecidos hepático, branquial e renal do peixe Astyanax bimaculatus como marcadoras bioquímicas de mudanças ambientais na Bacia Hidrográfica do Rio Una (Taubaté, SP, Brasil). Para isso, os espécimes desse peixe foram coletados em corpos d’água localizados em três locais da bacia, denominados P1 (ribeirão Itaim), P2 (córrego à beira da Estrada Municipal de Remédios) e P3 (lagoa próxima à Estrada Municipal Dr. José Luiz Cembranelli). Análises físico-químicas da água desses três locais indicaram que P1 foi o local menos poluído, P2 apresentou altos níveis de eletrólitos e P3 apresentou a pior qualidade da água entre os três. As isoenzimas foram separadas por meio de eletroforese em condições não-desnaturantes e identificadas pela sua atividade no gel de poliacrilamida. Os resultados indicaram que ocorrem quatro isozimas de MDH no fígado, sendo que as atividades de MDH-1 e MDH-4 foram detectadas somente nos peixes originários de P2, sugerindo que essas isoformas apresentam potencial como biomarcadoras da presença de níveis elevados de eletrólitos na água. No rim, a atividade de MDH-1 não foi detectada em peixes de P1, mas esteve presente em peixes de P2 e P3, sugerindo que a presença dessa isozima pode ser biomarcadora de águas de baixa qualidade. Os perfis de isozimas de MDH branquial e de LDH de todos os tecidos examinados apresentaram algumas semelhanças entre indivíduos provenientes dos três locais de coleta, indicando que não são adequados como biomarcadores das condições ambientais presentes nesses locais.
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