Boa prática de produção para reduzir a pegada hídrica do leite bovino

Resumo

O objetivo do estudo foi avaliar o impacto do teor de proteína bruta da dieta de vacas em lactação como ação mitigadora para dar maior eficiência hídrica. Um sistema intensivo de produção de leite a pasto foi considerado para calcular os usos indiretos e diretos da água. Os animais do Grupo 1 receberam dieta contendo 20% de proteína bruta. A proteína bruta do Grupo 2 foi ajustado de acordo com a produção de leite, variando de 23% a 14.5%. A pegada hídrica total teve um valor de 502,4 L kg^-1 de leite corrigido para gordura e proteína para o Grupo 1 e 451,2 L kg^-1 de leite corrigido para gordura e proteína para o Grupo 2. A dieta com a proteína ajustada apresentou redução de 10% no valor da pegada hídrica. A pegada hídrica verde foi a mais representativa no valor total da pegada hídrica, 86,4% e 85,5% para os Grupos 1 e 2, respectivamente. Os animais do Grupo 1 tiveram um consumo médio de água de 83,3 L animal^-1 dia^-1 e os do Grupo 2, 80,4 L animal^-1 dia^-1. O estudo demonstrou que o elevado teor de proteína bruta na dieta resulta em uma maior pegada hídrica e, portanto, menor eficiência hídrica. A prática nutricional proposta mostrou-se viável como ação mitigadora, tornando mais eficiente a relação de litros de água por litro de leite. Os resultados podem ser considerados como uma validação de uma prática de mitigação nutricional para melhorar a eficiência de uso da água e para o melhor manejo hídrico do complexo agroindustrial do leite.