Resistência antibiótica nas águas superfíciais de uma lagoa costeira do Sul do Brasil sob impacto de atividades antropogênicas

  • Belize Leite Programa de Pós-Graduação em Microbiologia Agrícola e do Ambiente, Laboratório de Bacteriologia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Rua Sarmento Leite, n° 500, CEP 90035-190, Porto Alegre, RS, Brazil.
  • Magda Antunes de Chaves Programa de Pós-Graduação em Microbiologia Agrícola e do Ambiente, Laboratório de Bacteriologia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Rua Sarmento Leite, n° 500, CEP 90035-190, Porto Alegre, RS, Brazil.
  • Athos Aramis Thopor Nunes Programa de Pós-Graduação em Microbiologia Agrícola e do Ambiente, Laboratório de Bacteriologia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Rua Sarmento Leite, n° 500, CEP 90035-190, Porto Alegre, RS, Brazil.
  • Louise Jank Laboratório de Análises de Resíduos de Pesticidas e Medicamentos, Laboratório Nacional Agropecuário (LANAGRO), Estrada Ponta Grossa, n° 3036, CEP 91780-580, Porto Alegre, RS, Brazil.
  • Gertrudes Corção Instituto de Ciências Básicas e da Saúde, Departamento de Microbiologia, Imunologia e Parasitologia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Rua Sarmento Leite, n° 500, CEP 90035-190, Porto Alegre, RS, Brazil.
Palavras-chave: bactérias aquáticas, estuário, impacto antrópico, resistência antimicrobiana.

Resumo

Resíduos oriundos de atividades humanas podem atingir corpos d'água e contribuir significativamente para a presença de populações bacterianas resistentes a antibióticos. O objetivo deste estudo foi avaliar populações de bactérias cultiváveis resistentes a antibióticos em uma lagoa costeira impactada por atividades como agricultura e urbanização. Amostras de água foram coletadas nos períodos de baixa e alta temporada e caracterizadas quanto a variáveis físico-químicas, indicadores microbiológicos e presença de resíduos de antimicrobianos. Para analisar a presença de populações bacterianas resistentes, as amostras foram crescidas na presença de ácido nalidíxico, ceftazidima, imipenem e tetraciclina. Genes de resistencia a β-lactamicos (blaCTX-M-like, blaGES-like, blaOXA-51, blaOXA-23-like,blaSHV-like, blaTEM-like and blaSPM-1), de classe I integron e sistemas de efluxo (tetA, tetB, acrA, acrB, tolC, adeA, adeB, adeR, adeS, mexB, mexD, mexF and mexY) foram analisados por amplificação in vitro. Embora não tenham sido encontrados níveis detectáveis de residuos de antimicrobianos nas amostras, bactérias resistentes estavam presentes em quase todos os pontos, em ambas as estações e para todos os antimicrobianos avaliados. A presença de populações bacterianas resistentes observada foi positivamente correlacionada aos efeitos da urbanização na Lagoa. Algumas populações resistentes foram ainda maiores na baixa temporada, indicando a importância de avaliar sistematicamente a resistência a antibióticos em corpos d'água.


Publicado
24/09/2019
Seção
Artigos