Peroxidase de abobrinha verde (Cucurbita pepo L.) imobilizada em polímeros naturais remove compostos fenólicos de amostras de água
Resumo
Os compostos fenólicos ocorrem em efluentes de uma grande variedade de processos industriais e apresentam toxicidade e geram problemas ambientais. O tratamento desses resíduos via imobilização de enzimas indica que a peroxidase (EC 1.11.1.7) é a enzima mais utilizada. Nos mesmos processos, polímeros biodegradáveis têm gerado grande interesse para a comunidade científica e industrial. Neste trabalho os biopolímeros de bagaço de cana-de-açúcar (BC) e o polissacarídeo de caju arbóreo do Cerrado (PEJU-GO) foram utilizados como suportes para imobilização de peroxidase de extrato bruto de abobrinha verde via adsorção física e ligação covalente. Além disso, usamos esses sistemas para a remoção de fenóis de efluentes industriais. A microscopia eletrônica mostrou que BC possui uma superfície fibrosa e que PEJU-GO apresentou-se como material microporoso, características que facilitam processos de imobilização. Os espectros de infravermelho de ambos materiais elucidaram bandas características de açúcares. Para a estabilidade operacional após 30 dias de armazenamento a peroxidase imobilizada reteve 69 e 50% de atividade para BC e PEJU-GO, respectivamente. Os sistemas foram capazes de remover até 79% de compostos fenólicos de efluentes industriais. Assim sendo, os biopolímeros de bagaço de cana-de-açúcar e do polissacarídeo de caju arbóreo do Cerrado são fontes promissoras para a biotecnologia, especialmente para a imobilização de peroxidase. Isto irá proporcionar a imobilização enzimática na prática laboratorial, com comportamento estável em diferentes condições de pH, a custo baixo, sendo um material biodegradável, não-tóxico e extraído de forma sustentável.
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