Qualidade da água de consumo em escolas na região de Santarém, Amazônia, Brasil e implicações para saúde dos escolares

  • Marina Smidt Celere Meschede Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), Santarém, PA, Brasil Instituto de Saúde Coletiva (ISCO).
  • Bernardino Ribeiro Figueiredo Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Campinas, SP, Brasil Instituto de Geociências (IG).
  • Renato Igor da silva Alves Universidade de São Paulo (USP), Ribeirão Preto, SP, Brasil Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP). Departamento de Enfermagem Materno-Infantil e Saúde Pública (DEMISP).
  • Susana Inés Segura-Muñoz Universidade de São Paulo (USP), Ribeirão Preto, SP, Brasil Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP). Departamento de Enfermagem Materno-Infantil e Saúde Pública (DEMISP).
Palavras-chave: água de consumo, água subterrânea, Amazônia, saúde, poluição.

Resumo

Qualidade da água de consumo e implicações em saúde de escolares foram avaliadas em escolas na região de Santarém, Pará, Amazônia. Nessa região, a população é abastecida totalmente por água subterrânea do volumoso aquífero Alter do Chão. Amostras de água de consumo de três escolas na cidade de Santarém e uma escola no município rural de Mojuí dos Campos foram submetidas a análises microbiológicas e de composição físico química. O risco à saúde por meio da exposição a contaminantes químicos pela ingestão da água, também, foi avaliado. Os resultados indicaram que a maior parte das amostras estiveram contaminadas por coliformes totais e E.coli, o que poderá ocasionar distúrbios intestinais importantes nos escolares. A água é ácida e as concentrações dos elementos químicos estão de acordo com os níveis recomendados pela legislação brasileira. Uma exceção foi observada para o alumínio, que apresentou concentrações superiores ao recomendado na água das escolas de Santarém com poços mais rasos, sugerindo que novos estudos epidemiológicos devam ser realizados e o monitoramento de crianças expostas não deverá ser descartado. Concentrações elevadas de nitrato também foram encontradas na água das escolas de Santarém com poços mais rasos, indicando deficiências sanitárias e a importância do seu monitoramento visando evitar efeitos em saúde. A avaliação quantitativa de risco em saúde evidenciou perigo somente nas escolas com poços mais rasos, sendo que o principal contribuinte foi o alumínio, seguido do nitrato. Os resultados mostram que a maioria dos parâmetros de qualidade da água das escolas estão de acordo com os limites recomendados pela legislação brasileira, entretanto, a contaminação microbiológica, a acidez e as concentrações elevadas de alumínio e nitrato na água devem ser consideradas prioridades visando a prevenção de doenças relacionadas com consumo de água pelos escolares.


Publicado
31/10/2018
Seção
Artigos