O uso da cafeína como marcador químico de contaminação por esgoto doméstico em águas superficiais: variações sazonais e espaciais em Teresópolis, Brasil

  • Eline Simões Gonçalves Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP)
  • Silvana Vianna Rodrigues Universidade Federal Fluminense (UFF), Niterói, RJ, Brasil Departamento de Química Analítica
  • Emmanoel Vieira da Silva-Filho Universidade Federal Fluminense (UFF), Niterói, RJ, Brasil Programa de Pós-Graduação em Geociências / Geoquímica Ambiental
Palavras-chave: Águas superficiais, cafeína, contaminação antrópica.

Resumo

O uso da cafeína como um indicador para a poluição das águas superficiais por esgoto doméstico foi avaliado neste estudo. Concentrações de cafeína foram determinadas em amostras coletadas no rio Paquequer, localizado em Teresópolis, uma cidade de médio porte do Estado do Rio de Janeiro, Brasil, e foram comparadas com outros parâmetros convencionais de qualidade da água (fosfato, nitrato e amônio), de modo a caracterizá-la como um indicador eficaz da poluição antrópica do ambiente aquático urbano. O rio Paquequer nasce em uma área de preservação ambiental, o Parque Nacional da Serra dos Órgãos (PARNASO) e atravessa a área urbana da cidade de Teresópolis. Amostras foram coletadas em sete pontos ao longo do rio, considerando-se os períodos de chuva (verão) e seca (inverno) e os diferentes usos da terra. A cafeína foi determinada utilizando as técnicas de extração por fase sólida (SPE) e cromatografia líquida de alta eficiência (HPLC). As concentrações de cafeína foram encontradas numa faixa de 0,16-47,5 mg L-1. Os resultados mostram uma relação positiva entre as concentrações de cafeína, fosfato, nitrato e amônia, e o aumento da carga de esgoto, o que sugere que a cafeína pode ser utilizada como um possível indicador de contaminação por esgoto doméstico em águas superficiais.


Publicado
22/02/2017
Seção
Artigos