Invertebrados bentônicos: relação entre estrutura da fauna e características do mesohabitat

  • Virginia Sanches Uieda Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho"
  • Maria Ines Bulgari Alves Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho"
  • Eliane Ivonete Silva Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho"
Palavras-chave: bentos, composição, corredeira, rápido, riacho.

Resumo

Em ecossistemas lóticos é comum a formação de diferentes mesohabitats intercalados ao longo do rio, como poções, corredeiras e rápidos, frequentemente acompanhados de alterações na estrutura da fauna bentônica associada. No trabalho analisamos a fauna de invertebrados bentônicos em rápidos e corredeiras de um trecho de serra do Rio Capivara (Bacia do Médio Rio Tietê). A análise das características ambientais e a coleta da fauna foram realizadas em três corredeiras e três rápidos, em um mês da estação chuvosa (cinco réplicas de cada). Os mesohabitats se diferenciaram quanto ao maior porcentual de blocos nos rápidos e maiores valores de profundidade, correnteza e porcentual de matacões nas corredeiras. Do total de 57 Unidades Taxonômicas Operacionais (UTO’s) amostradas, 75% foram comuns aos dois mesohabitats (Similaridade de Morisita = 0,86). Quando analisado o porcentual de abundância, a similaridade espacial se manteve e dois grupos se sobressaíram em abundância: Hexapoda (>80%, sendo a maioria Ephemeroptera, Diptera e Trichoptera) e Annelida (10%). As análises exploratórias (cluster e NMDS) também apontaram para uma elevada similaridade espacial, porém os resultados da Análise de Similaridade (ANOSIM) indicaram uma diferença significativa entre os mesohabitats (p<0,1%), seja analisando o total de UTO’s ou retirando as UTO’s raras. Cinco grupos tiveram uma maior contribuição para a média de dissimilaridade entre os mesohabitats: Simulium e Baetodes mais abundantes nas corredeiras, Traveryphes, Hagenulopsis e Macrelmis nos rápidos. Assim, os resultados da ANOSIM salientaram a importância do refinamento na identificação para a interpretação mais precisa acerca da relação entre a fauna e a estrutura do habitat.


Biografia do Autor

Virginia Sanches Uieda, Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho"
Graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual de Campinas (1978), Mestrado em Ecologia pela Universidade Estadual de Campinas (1983) e Doutorado em Ecologia pela Universidade Estadual de Campinas (1995). Pós-Doutorado na Cornell University no período de 1996 a 1998. Atualmente é Professora Adjunta (Livre-Docência em 2011) junto ao Departamento de Zoologia da Universidade Estadual Paulista -UNESP, Campus de Botucatu, SP, onde desenvolve atividades administrativas, de ensino (Graduação e Pós-Graduação), pesquisa e extensão. Pesquisas na área de Ecologia, com ênfase em Ecossistemas Aquáticos, Biologia e ecologia de macroinvertebrados aquáticos, Biologia e ecologia de peixes, Relações tróficas. Public URL Google Acadêmico: http://scholar.google.com.br/citations?user=imC4WPsAAAAJ Public URL Researcher ID: H-9490-2012
Maria Ines Bulgari Alves, Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho"
Licenciada em Ciências Biológicas (2010), pelas Faculdades Integradas e Regionais de Avaré - FIRA, Atualmente é mestranda no programa de Ciências Biológicas - Zoologia pela Universidade Estadual Paulista - UNESP, campus de Botucatu, com desenvolvimento de projetos na área de biomonitoramento ambiental e ecologia, com macroinvertebrados bentônicos de riachos. 
Eliane Ivonete Silva, Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho"
Atualmente é aluno de graduação da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho. Tem experiência na área de Zoologia, com ênfase em Ecologia de Ecossistemas Lóticos, atuando principalmente nos seguintes temas: integridade ambiental, riacho, saneamento rural, macroinvertebrados aquáticos e monitoramento. 
Publicado
23/06/2016
Seção
Artigos