Impactos da vida urbana sobre a qualidade da água e comunidade de larvas de peixes em dois igarapés da Amazônia brasileira

  • Claíde Lorena Reis de Souza Universidade Federal do Pará
  • Vanessa Bandeira da Costa Instituto Evandro Chagas (IEC)
  • Simone de Fátima Pinheiro Pereira Universidade Federal do Pará
  • Debora Cristina Melo da Silva Universidade Federal do Pará
  • Valerie Sarpedonti Universidade Federal do Pará
Palavras-chave: Área de proteção ambiental, poluição, urbanização.

Resumo

Este estudo teve como objetivo investigar o impacto das atividades antropogênicas da cidade de Belém pela comparação da qualidade da água e das comunidades de larvas de peixes em dois igarapés que desembocam no rio Guamá. Um dos igarapés atravessa um subúrbio pobre e populoso de Belém, enquanto o outro é localizado em uma ilha de Belém, declarada Área de Proteção Ambiental desde 1997. Dois pontos de coletas foram definidos em cada igarapé e monitorados durante oito horas, a cada três meses e durante um ano. O igarapé em região urbana apresentou fortes alterações na qualidade da água, durante o ano todo e em todas as marés, e isto deve se essencialmente a presença de um elevado número de coliformes termotolerantes. Poucas larvas foram encontradas. A água foi considerada imprópria para uso e atividades humanas, assim como para a vida aquática. O igarapé da ilha apresentou primeiros sinais de contaminação por nutrientes e bactéria durante o período chuvoso, parcialmente decorrente de fontes de poluição difusa. Em ambos os córregos, as comunidades larvais foram quase exclusivamente compostas de clupeiformes. Todos os estágios de desenvolvimento larval foram encontrados. Densidades e proporções mais elevadas de larvas recém eclodidas foram registradas durante a estação seca e associadas à presença de nitrato. Resultados apontam a necessidade de desenvolver um sistema de drenagem urbano para esgoto e água pluvial na maior brevidade, e recomenda um estudo de monitoramento integrado do igarapé na Área de Proteção Ambiental.

Biografia do Autor

Claíde Lorena Reis de Souza, Universidade Federal do Pará
Professora da UFPA-Belém, possui Graduação em Fisiologia Animal - Universite de Toulouse III (França) (1992), mestrado em Ecofisiologia dos Peixes - Universite de Toulouse III (França) (1994) e doutorado em Biologia Marinha (ictioplâncton estuarino) pela Universidade Malaya (Malásia) (2000). Atualmente é Professora da Universidade Federal do Pará (Centro de Ciências Biológicas) onde participa de cursos de graduação em Biologia e Engenharia Sanitária e Ambiental e Pós-graduação em Ecologia Aquática e Pesca.
Vanessa Bandeira da Costa, Instituto Evandro Chagas (IEC)
Graduada em Licenciatura-Ciências Biológicas (2015) pela Universidade Federal do Pará, desenvolveu pesquisas na área de Ecologia de Meiofauna e Ecologia de Nematoda aquáticos de vida livre, no Grupo de Estudos de Nematodas aquáticos.
Simone de Fátima Pinheiro Pereira, Universidade Federal do Pará
Simone Pereira possui graduação em Engenharia Química (1982), Licenciatura em Química (1987) e especialização em Educação e Problemas Regionais (1989) pela UFPA e doutorado em Química pela UFBA (1997). Tem experiência na área da Química, com ênfase em Química Analítica e Química Ambiental, atuando principalmente nos seguintes temas: Poluição por metais pesados nos ecossistemas e populações da Amazônia, desenvolvimento de adsorventes utilizando materiais naturais da Amazônia, hidrogeoquímica, ecotoxicologia, educação ambiental dentre outros temas. Atualmente é professor associado IV do Instituto de Ciências Exatas e Naturais, líder do grupo de pesquisa em Química Analítica e Ambiental e coordenadora do Laboratório de Química Analítica e Ambiental (LAQUANAM) da UFPA.
Debora Cristina Melo da Silva, Universidade Federal do Pará
Mestranda do Programa de Pós Graduação em Ecologia Aquática e Pesca (UFPa). Possui graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Pará (2013). Professora do ensino básico e técnico. Voluntária no Programa de Educação Tutorial (PET-Biologia) da UFPA. Atuando principalmente nas seguintes áreas: dinâmica populacional, distribuição e abundância de plâncton, ictiologia e qualidade ambiental, atividades de extensão voltadas para a educação ambiental e a formação cidadã e inclusão social na Região Amazônica.
Valerie Sarpedonti, Universidade Federal do Pará
Professora da UFPA-Belém, possui Graduação em Fisiologia Animal, mestrado em Ecofisiologia dos Peixes e doutorado em Biologia Marinha. Atualmente é Professora da Universidade Federal do Pará (Centro de Ciências Biológicas) onde participa de cursos de graduação em Biologia e Engenharia Sanitária e Ambiental e Pós-graduação em Ecologia Aquática e Pesca. Tem experiência na área de Ecologia, com ênfase em ecologia e desenvolvimento do ictioplâncton, impactos ambientais e pesca artesanal.
Publicado
20/01/2016
Seção
Artigos