Avaliação da adsorção de Fenol e Bisfenol A em carvões ativados de diferentes matrizes carbonáceas.

  • Carla Rênes Alencar Machado Escola de Química,Universidade Federal do Rio de Janeiro.
  • Yuri Gomes Leite e Silva Escola de Química, Universidade Federal do Rio de Janeiro.
  • Luiza Penna Santos Pereira Escola de Química, Universidade Federal do Rio de Janeiro.
  • Enrico Mendes Saggioro Departamento de Saneamento e Saúde Ambiental, Fiocruz, Rio de Janeiro.
  • Juacyara Carbonelli Campos Escola de Química, Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Palavras-chave: Efluentes industriais, micropoluentes, isotermas de adsorção

Resumo

A remoção de compostos orgânicos tóxicos e micropoluentes orgânicos provenientes de efluentes industriais é uma crescente preocupação a fim de aumentar a qualidade da água para reúso. Para alcançar tal qualidade, alguns tratamentos têm se mostrado eficientes, tais como a adsorção em carvão ativado. Assim, o presente estudo avaliou a adsorção de fenol e bisfenol A (BPA) em carvões ativados de diferentes matrizes carbonáceas: betuminosa (CB) e vegetal (CV). Os carvões foram caracterizados por microscopia eletrônica de varredura (MEV) acoplada ao espectro de energia dispersiva (EDS), infravermelho (FTIR) e área superficial BET. Foram realizados ensaios para definição de tempo de equilíbrio e ensaios para ajuste de isotermas de adsorção (Freundlich e Langmuir). A adsorção de fenol pelos dois tipos de carvões mostrou-se favorável, com remoção de 96% para o carvão CB e 91% para o carvão CV. No entanto, a adsorção de bisfenol A foi eficiente apenas para o carvão CB, com eficiências de remoção em torno de 90% contra 20% alcançado pelo carvão CV. Estes resultados estão associados a maior presença de grupos ácidos no carvão CV e à hidrofobicidade do BPA, o que torna o processo de adsorção desfavorável. Os dados de adsorção obtidos com ambos poluentes resultam das características químicas (polaridade, grupos funcionais de superfície, presença de metais) e físicas do material adsorvente, relacionadas diretamente com a matriz carbonácea.

Biografia do Autor

Carla Rênes Alencar Machado, Escola de Química,Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Possui graduação em Engenharia Química pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1994), em Licenciatura em Química pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (1998) e doutorado em Engenharia Química pela Coordenação dos Programas de Pós Graduação em Engenharias (2000). Atualmente é Professor Associado II da Universidade Federal do Rio de Janeiro e participa como docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Tecnologia de Processos Químicos e Bioquímicos (EQ/UFRJ) e no Programa de Engenharia Ambiental (Mestrado Profissional/UFRJ). Participa do Núcleo Integrado de Reúso de Águas e Efluentes Industriais (NIRAE/RJ). Tem experiência na área de Engenharia Química e Engenharia Ambiental, com ênfase em Controle da Poluição, atuando principalmente nos seguintes temas: lixiviados de aterros de resíduos, resíduos sólidos, tratamento de efluentes, wetlands, água de produção de petróleo, efluentes de refinaria, toxicidade, tratamento de águas e reúso de águas e efluentes.
Yuri Gomes Leite e Silva, Escola de Química, Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Graduando em Engenharia Química pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Possui experiência na área de adsorção de poluentes. Atualmente é aluno de iniciação científica atuando na área de tratamento de efluentes industriais.
Luiza Penna Santos Pereira, Escola de Química, Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Graduanda em Biotecnologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Possui experiência na área de Bioquímica , com ênfase em Bioquímica dos Microrganismos. Atualmente é aluna de iniciação científica na área de tratamento de efluentes industriais .
Enrico Mendes Saggioro, Departamento de Saneamento e Saúde Ambiental, Fiocruz, Rio de Janeiro.
Possui graduação em Farmácia e Bioquímica pela Universidade Federal de Juiz de Fora (2009). Doutorado em Saúde Pública e Meio Ambiente pela Escola Nacional de Saúde Pública/Fiocruz com período sanduíche na Plataforma Solar de Almería, Espanha (2014). Pós-Doutorado no Programa de Engenharia Química da UFRJ/COPPE (2015). Atualmente é Professor Adjunto 1 do Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal Fluminense e Pesquisador do Departamento de Saneamento e Saúde Ambiental da Fiocruz/ENSP. Tem experiência em tratamentos de efluentes líquidos, atuando principalmente em Processos Oxidativos Avançados para degradação de substâncias persistentes no ambiente, toxicologia ambiental e ecotoxicologia.
Juacyara Carbonelli Campos, Escola de Química, Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Possui graduação em Engenharia Química pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1994), em Licenciatura em Química pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (1998) e doutorado em Engenharia Química pela Coordenação dos Programas de Pós Graduação em Engenharias (2000). Atualmente é Professor Associado II da Universidade Federal do Rio de Janeiro e participa como docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Tecnologia de Processos Químicos e Bioquímicos (EQ/UFRJ) e no Programa de Engenharia Ambiental (Mestrado Profissional/UFRJ). Participa do Núcleo Integrado de Reúso de Águas e Efluentes Industriais (NIRAE/RJ). Tem experiência na área de Engenharia Química e Engenharia Ambiental, com ênfase em Controle da Poluição, atuando principalmente nos seguintes temas: lixiviados de aterros de resíduos, resíduos sólidos, tratamento de efluentes, wetlands, água de produção de petróleo, efluentes de refinaria, toxicidade, tratamento de águas e reúso de águas e efluentes.
Publicado
20/10/2015
Seção
Artigos