Avaliação do desempenho ambiental e racionalização do consumo de água no segmento industrial de produção de bebidas

  • Luciana Miranda Cavalcante Secretaria de Estado de Meio Ambiente do Estado do Pará
  • Luíza Carla Girad Teixeira Machado Universidade Federal do Pará
  • Aline Maria Meiguins de Lima Universidade Federal do Pará
Palavras-chave: gestão de recursos hídricos, reuso, pegada hídrica

Resumo

A região Amazônica, detentora de grande potencial hídrico, tem atraído indústrias que promovem uso intensivo de água, por isso, existe uma emergência por instrumentos que administrem essa tendência. Neste trabalho foi diagnosticado o nível de racionalização do uso da água pelo setor industrial de produção de bebidas no estado do Pará, assim como as causas do comportamento do setor. As variáveis dependentes (de comportamento) foram classificadas de acordo com quatro dimensões (gestão ambiental, manejo da água, manejo dos efluentes e medidas avançadas de racionalização) que compõe o nível de racionalização da gestão industrial hídrica. As variáveis independentes foram associadas ao: porte, ramo, tipo de embalagem utilizada, disponibilidade hídrica e valor econômico da água. Os dados levantados mostraram que a produção de bebidas tem uma grande pegada hídrica operacional total (acima de) 15.250 m3/dia, com as pequenas empresas apresentando o maior consumo relativo por unidade produzida (maior que 7 L de água/L de bebida). O setor como um todo apresenta baixo nível de racionalização do uso da água, a dimensão mais eficiente é a de gerenciamento da água; entretanto algumas medidas avançadas podem ser visualizadas, especialmente a recirculação da água em torres de resfriamento. A análise das variáveis de estudo demonstra que o nível de racionalização é dependente diretamente do ramo e do porte da empresa. Conclui-se que o consumo tende ao desperdício; em resposta a este quadro, devem ser priorizadas políticas públicas voltadas para internalização dos custos ambientais embutidos no processo.

Biografia do Autor

Luciana Miranda Cavalcante, Secretaria de Estado de Meio Ambiente do Estado do Pará
Tem experiência na área de Engenharia Ambiental, atuando principalmente nos seguintes temas: planejamento, gestão e gerenciamento de recursos hídricos, planejamento da gestão integrada de resíduos sólidos, qualidade da água, lançamento de efluentes e educação ambiental.
Luíza Carla Girad Teixeira Machado, Universidade Federal do Pará
Possui graduação em Engenharia Civil pela Universidade Federal do Pará (1993), mestrado em Engenharia Civil (opção Saneamento) pela Universidade de São Paulo (1999), doutorado em Desenvolvimento Sustentável do Trópico Úmido pela Universidade Federal do Pará (2003) e pós-doutorado em Tratamento Avançado de Esgotos Domésticos, no Departamento de engenharia Química e Tecnologia de Meio Ambiente da Universidade de Valladolid-Espanha (2010). Atualmente é professor adjunto da Universidade Federal do Pará. Tem experiência na área de Engenharia Civil, com ênfase em Saneamento Básico, atuando principalmente nos seguintes temas: lodo, sistema de abastecimento de água e esgotamento sanitário.
Aline Maria Meiguins de Lima, Universidade Federal do Pará
Graduação em Geologia pela Universidade Federal do Pará (1998), especialização em Gestão Normativa de Recursos Hídricos pela Universidade Federal da Paraíba (2007), mestrado em Geotecnia pela Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo (2000) e doutorado em Desenvolvimento Socioambiental pelo Núcleo de Altos Estudos Amazônicos da Universidade Federal do Pará (2007), com ênfase em análise espacial de bacias hidrográficas. Atualmente é Professora da Universidade Federal do Pará. Tendo atuado como professora da Universidade do Estado do Pará e do Centro Universitário do Pará; e como técnica em recursos hídricos e Coordenadora de Informação e Planejamento Hídrico na Secretaria de Estado de Meio Ambiente. Tem experiência na área de Geociências, com ênfase em Geologia Ambiental, atuando principalmente nos seguintes temas: recursos hídricos, geomorfologia ambiental, gestão ambiental, sistema de informações geográficas e geotecnia.
Publicado
19/12/2013
Seção
Artigos