Densidade fitoplanctônica e estado trófico dos rios Canha e Pariquera-Açu, bacia hidrográfica do rio Ribeira de Iguape, SP, Brasil (doi:10.4136/ambi-agua.55)
Palavras-chave:
eutrofização de rios, comunidade fitoplanctônica, rios tropicais, Baixo Ribeira de Iguape (SP)
Resumo
Ao se considerar a carência de estudos a respeito do processo de eutrofização em sistemas lóticos, sobretudo em rios tropicais, esta pesquisa teve como objetivo principal comparar a comunidade fitoplanctônica dos rios Canha e Pariquera-Açu, (bacia hidrográfica do rio Ribeira de Iguape, SP), aos valores de IETm (Índice de Estado Trófico médio), em coletas realizadas em janeiro e abril de 2007. O IETm, originalmente concebido para ambientes lênticos, foi calculado com base nas concentrações de fósforo total, ortofosfato e clorofila-a na água. A densidade da comunidade fitoplanctônica foi obtida a partir da contagem de indivíduos em câmaras de sedimentação. Comparando-se os valores do IETm aos resultados quantitativos do fitoplâncton, verificou-se que o IETm pode superestimar o estado trófico dos rios. Isso foi associado à contribuição das formas fosfatadas que compõem o cálculo do índice, as quais concorreram para o incremento indevido em seu valor, incompatível com a real resposta biológica associada, em relação à densidade fitoplanctônica. Em abril, apesar dos valores de IETm terem sido superiores, a densidade do fitoplâncton foi menor, com mínimo de 83 indmL-1, no rio Canha, e de 66 indmL-1, no rio Pariquera-Açu. Concluiu-se que, neste caso, as elevadas concentrações das formas fosfatadas não foram suficientes para promover proporcional crescimento fitoplanctônico, que deve ter sido limitado por outros fatores, tais como temperatura da água, concentração de sólidos em suspensão, vazão do rio e predação pelo zooplâncton. Em janeiro, por outro lado, embora o IETm tenha sido inferior, a densidade total do fitoplâncton foi maior. Nesta coleta, as menores concentrações de ortofosfato disponíveis na água indicaram a maior assimilação desse nutriente pelos microrganismos.
Publicado
26/08/2008
Edição
Seção
Artigos
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