Bioacumulação de Mercúrio em Tucunarés da Amazônia Brasileira (Cichla sp., Cichlidae, Perciformes) (doi:10.4136/ambi-agua.49) (Inglês)
Palavras-chave:
mercúrio, bioacumulação, tucunarés, Amazônia
Resumo
As emissões de mercúrio para a atmosfera, solo e rios da Amazônia Brasileira provêm de diversas fontes. Uma vez na atmosfera, o metal é oxidado e se deposita imediatamente. Na água, a transformação para o metilmercúrio ocorre principalmente pela ação de microrganismos. A formação do metilmercúrio aumenta a dispersão e biodisponibilidade do elemento no ambiente aquático. O metilmercúrio pode ser assimilado pelo plâncton e entra na cadeia alimentar. A concentração do metal aumenta à medida que se ascende nos níveis tróficos da cadeia e atinge os valores mais elevados em peixes carnívoros como o tucunaré. Dessa forma, as emissões de mercúrio causam a contaminação dos recursos naturais e aumentam os riscos para a saúde dos consumidores habituais de pescado. O objetivo deste trabalho foi estudar a bioacumulação de mercúrio em tucunarés (Cichla sp), predadores de topo da cadeia alimentar. Os peixes foram coletados em dois locais representativos do ecosistema fluvial Amazônico, no estado do Pará, em 1992 e 2001. Um local é próximo de uma antiga área de garimpo de ouro. O outro é distante da área de mineração sendo considerado prístino. Os valores médios da concentração total de mercúrio e as taxas de acumulação para quatro grupos de coletas diferentes foram analisados. Apesar do declínio das atividades de mineração artesanal, os tucunarés coletados no ano 2001, apresentaram maiores teores de mercúrio e acumularam mercúrio mais rapidamente, que os tucunarés coletados no ano 1992. Confirma-se o agravamento da contaminação por mercúrio com o decorrer do tempo não apenas em uma área onde antes existiu garimpo de ouro, mas também longe desta.
Publicado
26/08/2008
Edição
Seção
Artigos
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