Mapeamento do mercúrio total nos rios de Mato Grosso: linhas de base e pontos críticos de contaminação por bioma

  • Wilkinson Lopes Lázaro Departamento de Ciências Biológicas. Programa de Pós-Graduação em Gestão e Regulação de Recursos Hídricos. Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT), Rua dos Yunes, n° 311, CEP: 78217-248, Cáceres, MT, Brazil.
  • Ernandes Sobreira Oliveira Junior Departamento de Ciências Biológicas. Programa de Pós-Graduação em Gestão e Regulação de Recursos Hídricos. Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT), Rua dos Yunes, n° 311, CEP: 78217-248, Cáceres, MT, Brazil. Departamento de Ciências Biológicas. Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais. Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT), Rua dos Yunes, n° 311, CEP: 78217-248, Cáceres, MT, Brazil.
  • Francisco Lledo dos Santos Faculdade de Arquitetura e Engenharia. Programa de Pós-Graduação em Gestão e Regulação de Recursos Hídricos. Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT), Avenida Tancredo Neves, n° 1095, CEP: 78.200-000, Cáceres, MT, Brazil.
  • Edvagner de Oliveira Centro de Pesquisa de Limnologia, Biodiversidade, Etnobiologia do Pantanal. Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais. Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT), Avenida Santos Dumont, s/n, Cidade Universitária (Bloco II), CEP: 78200-000, Cáceres, MT, Brazil.
  • Cristiano Poleto epartamento de Hidromecânica e Hidrologia. Instituto de Pesquisas Hidráulicas. Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Avenida Bento Gonçalves, n° 9500, Porto Alegre, RS, Brazil.
  • Áurea Regina Alves Ignácio Departamento de Ciências Biológicas. Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais. Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT), Rua dos Yunes, n° 311, CEP: 78217-248, Cáceres, MT, Brazil.

Resumo

A contaminação por mercúrio (Hg) é uma preocupação crítica ambiental e de saúde pública devido à sua toxicidade, persistência e capacidade de biomagnificação nas cadeias tróficas aquáticas. Este estudo mapeou as concentrações de mercúrio total (HgT) em sedimentos de rios de Mato Grosso, integrando parâmetros geoquímicos (HgT, matéria orgânica, razão C/N) e frações granulométricas. As análises estatísticas incluíram correlação, regressão (OLS e GLM com distribuição Gama) e comparações não paramétricas (Kruskal-Wallis com testes post hoc). As concentrações de HgT variaram de 1,4 a 948,1 µg.kg⁻¹, com média geral de 109,1 ± 165,8 µg.kg⁻¹. Foram observadas associações positivas significativas entre HgT e matéria orgânica (r = 0,50) e entre HgT e a razão C/N (r = 0,70), sendo esta última o preditor mais forte da variabilidade do Hg. As comparações entre bacias revelaram que a Amazônia apresentou as maiores concentrações médias (242,0 µg.kg⁻¹), seguida pelo Alto Paraguai (47,9 µg.kg⁻¹) e Araguaia (29,3 µg.kg⁻¹). Em escala de rios, o Guaporé (731,5 µg.kg⁻¹) e o Xingu (233,7 µg.kg⁻¹) foram identificados como hotspots de contaminação. A maioria dos rios permaneceu abaixo do Nível de Efeito Limite (TEL = 170 µg.kg⁻¹) estabelecido pela Resolução CONAMA 454/2012, mas o Xingu ultrapassou o TEL e o Guaporé excedeu o Nível de Efeito Provável (PEL = 486 µg.kg⁻¹), indicando alto risco ecológico. Este estudo oferece subsídios essenciais para o monitoramento ambiental, a gestão dos recursos hídricos e a conservação da biodiversidade, apoiando os compromissos do Brasil no âmbito da Convenção de Minamata.

Palavras-chave: conservação, ecotoxicologia, mercúrio, sedimentos.

Publicado
03/12/2025
Seção
Artigos