Influências edáfica e topográfica sobre a comunidade de palmeiras da floresta ombrófila densa Montana, Parque Estadual da Serra do Mar-SP, Brasil

  • Adriana Cristina Rosa Saraiva Universidade de Taubaté (UNITAU), Taubaté, SP, Brasil Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais
  • Simey Thury Vieira Fisch Universidade de Taubaté (UNITAU), Taubaté, SP, Brasil Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais
  • Maria Cecilia Barbosa Toledo Universidade de Taubaté (UNITAU), Taubaté, SP, Brasil Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais
Palabras clave: arecaceae, Mata Atlântica, topografia

Resumen

O trabalho foi realizado na Floresta Ombrófila Densa Montana, situada entre 23°17' a 23°24' S e 45°03' a 45°11' W, com o objetivo de avaliar a influência das variações microambientais do solo, da serapilheira e da topografia na composição e estrutura da comunidade de palmeiras. Em duas parcelas permanentes de um hectare, cada uma dividida em três transecções de 10 x 100 m e subparcelas de 10 x 10 m, foram registradas todas as palmeiras existentes com o propósito de conhecer a riqueza das espécies e estrutura das populações. Nas subparcelas, amostras de solo foram coletadas para a determinação das propriedades química e física do solo; a espessura de serapilheira foi determinada em cinco pontos aleatórios e a microtopografia de cada sub-pacela foi classificada em cume, vertente e vale. Foram amostrados 3.221 ind./0,6 ha e constatada a ocorrência de quatro espécies: Euterpe edulis Mart., Geonoma gamiova Barb. Rodr., G. pohliana Mart. e G. schottiana Mart.. Em função das condições de relevo existentes no local os solos dominantes ao longo dos transectos são jovens do grande grupo Cambissolos caracterizados por apresentarem teores mais elevados de areia (55,00%) e silte (20,67%), menores de argila (24,33%) e baixa fertilidade natural evidenciada pela excessiva acidez (3,7), alta saturação em alumínio (82,3%), saturação em bases muito baixa (3,9%) e teores dos macronutrientes Ca (2,1), Mg (1,9), K (1,1) (mmolc.dm-³) e P (4,9) (mg.dm-³) também muito baixos. As análises das toposequências demonstraram que a posição cume possui condições de fertilidade um pouco superiores às classes vertente e vale. A classe vale apresentou teores em areia superior às demais posições. Houve pequena diferença na espessura da camada de serapilheira com valores de 3,0 cm para o cume, 2,5 cm para a vertente e 2,3 cm para a posição vale. A heterogeneidade microambiental ocasionou variação na distribuição e composição de apenas algumas espécies de palmeiras, em especial espessura da camada de serapilheira e concentração de areia, que influenciaram a ocorrência de plântulas e jovens de G. gamiova.


Publicado
10/12/2016
Sección
Special