Deposição de rejeitos de minério de ferro em reservatórios: uma aplicação do método GPR

  • Rachel Jardim Martini Universidade do Porto (UP), Porto, Portugal Programa Doutoral em Engenharia Civil
  • Tathiana Rodrigues Caetano Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG), Belo Horizonte, MG, Brasil Departamento de Engenharia Civil
  • Hersília Andrade Santos Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG), Belo Horizonte, MG, Brasil Departamento de Engenharia Civil
  • Paulo Roberto Antunes Aranha Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, MG, Brasil Instituto de Geologia
Palabras clave: barragem de rejeitos, geofísica, hematita, reservatório do Diogo.

Resumen

Os rejeitos gerados pela mineração de ferro no Brasil atingem volumes altos e têm aumentado em grande velocidade. Normalmente eles são dispostos em estruturas de pilhas ou em reservatórios formados por barragens de rejeitos, que demandam grandes áreas nos complexos minerários. A limitação dos recursos naturais, bem como a limitação de novas áreas para disposição de resíduos, tem levado a uma mudança de paradigma. Portanto, este trabalho teve como objetivo a aplicação de uma técnica geofísica, conhecida como Radar de penetração (GPR), para definir a existência de padrões de sedimentação na subsuperfície do reservatório criado pela barragem de rejeito do Diogo, em Rio Piracicaba, Minas Gerais, Brasil. Para auxiliar o reconhecimento dos padrões capturados pelo GPR, amostras do material da subsuperfície foram coletadas e analisadas por meio de testes de composição mineralógica, teor de umidade, condutividade elétrica, análise mineralógica e granulometria, fluorescência de Raios-X e difração de Raios-X. Os resultados indicaram que áreas com presença de rejeitos que possuem alta concentração de hematita (em torno de 60% na análise mineralógica) tiveram padrões de reflexão alterados. A presença da água gerou algumas reflexões múltiplas, que foram menos significativas em locais de menor profundidade e com maior presença de rejeito, e mais significativas em locais de maior profundidade e com menor presença de rejeitos. De uma forma geral, foi viável a aplicação do método GPR em ambientes aquáticos com subsuperfície com material depositado rico em hematita.


Biografía del autor/a

Rachel Jardim Martini, Universidade do Porto (UP), Porto, Portugal Programa Doutoral em Engenharia Civil
Possui graduação em Engenharia Civil pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (2011) e mestrado em Engenharia Civil pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (2014). Doutoranda da Universidade do Porto. Atualmente é Professora Efetiva do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais - Unidade Curvelo, integrante do Departamento de Engenharia Civil e Meio Ambiente (DECMA/CEFET-MG). 
Tathiana Rodrigues Caetano, Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG), Belo Horizonte, MG, Brasil Departamento de Engenharia Civil
Estudante do curso de Engenharia Sanitária e Ambiental no Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais, e Técnica em Edificações pela mesma instituição. Fez intercâmbio na Universidad de Buenos Aires (Argentina). Possui experiência na área de Engenharia Civil e atualmente é estagiária no Núcleo de Emergência Ambiental (NEA), pertencente à Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad).
Hersília Andrade Santos, Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG), Belo Horizonte, MG, Brasil Departamento de Engenharia Civil
possui graduação em Engenharia Civil pela Universidade Federal de Minas Gerais (2002), mestrado (2004) e doutorado em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos pela Universidade Federal de Minas Gerais (2007) e pos-doutorado (2014) pela The University of Iowa (EUA). Atualmente é professora do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. Tem experiência na área de Engenharia Civil, com ênfase em Hidráulica, atuando principalmente nos seguintes temas: renaturalização de cursos d'água, sedimentologia e mecanismos de tranposição de peixes. Atualmente é revisora dos seguintes periódicos: Ecological Engineering, Rivers Research and Applications e Hydrobiologia.
Paulo Roberto Antunes Aranha, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, MG, Brasil Instituto de Geologia
possui mestrado em Geofísica pela Universidade Federal da Bahia (1991) e doutorado em Evolução Crustal e Recursos Naturais pela Universidade Federal de Ouro Preto (2002). Atualmente é professor da Universidade Federal de Minas Gerais. Tem experiência na área de Geociências, com ênfase em Geofísica Aplicada, atuando principalmente nos seguintes temas: georadar, eletrorresistividade, sísmica reflexão e refração, coberturas superficiais, arqueologia e geotecnia. 
Publicado
25/10/2016
Sección
Articulos