Análise da influência de parâmetros ambientais no fluxo de metano em áreas alagáveis e lagoas permanentes na região do Rio Abobral, no Pantanal, Brasil

  • Marcelo Gomes da Silva INPE
  • Plínio Carlos Alvalá INPE
  • Luciano Marani INPE
  • Willian José Ferreira INPE
Palabras clave: ciências ambientais, indicadores ambientais, mudanças globais, química ambiental.

Resumen

Neste estudo foi analisada a influência de características físico-químicas da coluna d’água nos processos que resultam na emissão de metano no Pantanal. Foram realizadas duas campanhas intensivas de coleta de dados durante os anos de 2009 e 2010, correspondendo aos períodos de seca e cheia. O fluxo de metano foi determinado usando a técnica de câmara estática. Em cada ponto de coleta foi medida a profundidade, temperatura da água, pH, potencial de oxirredução, oxigênio dissolvido e total de sólidos dissolvidos. Os fluxos foram classificados em difusivos e ebulitivos, com média de 11,1 ± 13,5 mg CH4 m-2 d-1 e 275,9 ± 348,5 mg CH4 m-2 d-1, respectivamente, que é um valor próximo ao observado em outras regiões alagadas tropicais. A aplicação de teste t mostrou diferença estatística significativa (p ≤ 0,05) entre os dois períodos, com os maiores valores médios ocorrendo na estação de cheia. Durante o período de seca houve um predomínio de fluxos difusivos (83%) em relação aos ebulitivos. Na cheia ocorreram mais casos de fluxo ebulitivo (77%). As análises estatísticas de correlação e Análise de Componentes Principais demostraram que as interações entre características físico-químicas da água podem influenciar o fluxo de metano. Os fluxos difusivos apresentaram correlação principalmente com pH, potencial de oxirredução e oxigênio dissolvido, que estão de acordo com o aumento de matéria orgânica durante o alagamento do Pantanal. Fluxos ebulitivos no período da seca tiveram influência da profundidade, temperatura da água, pH e potencial de oxirredução que indicam que o ambiente foi propício para a formação de bolhas ou para sua liberação do sedimento.

Biografía del autor/a

Marcelo Gomes da Silva, INPE
Possui graduação em Engenharia Agronômica pela Universidade Federal de Santa Catarina (1998), Mestrado (2010) e Doutorado (2015) em Geofísica Espacial pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (2010). Tem experiência na área de Geociências, com ênfase em Química da Atmosfera, especificamente na emissão de metano em áreas alagadas (Pantanal, lagos naturais e de hidrelétricas e Antártica).
Plínio Carlos Alvalá, INPE
Possui graduação com Bacharelado em Física pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1985), mestrado em Geofísica Espacial pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (1990) e doutorado em Geofísica Espacial pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (1995). Durante o mestrado desenvolveu pesquisa relacionada a propagação de ondas de VLF na região Antártica, participando da primeira expedição de inverno na Estação Antártica Comte. Ferraz. No doutorado teve como tema o estudo da emissão de metano na região do Pantanal Sul Mato-grossense. Atualmente é pesquisador titular do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, desenvolvendo pesquisas envolvendo gases do efeito estufa, química atmosférica, ciclos biogeoquímicos, em especial do metano, óxido nitroso e do carbono. Também desenvolve projetos relacionados com a queima de biomassa e poluição urbana, a produção de ozônio e seus precursores. Realiza pesquisa utilizando várias plataformas, com equipamentos embarcados em aeronave, balões e estações fixas. É o responsável pelo Laboratório de Biogeoquímica Ambeintal do CCST/INPE, onde também são desenvolvidas pesquisas sobre radiação UV e camada de ozônio
Luciano Marani, INPE
possui graduação em Fisica pela Universidade Estadual de Londrina (2000) e mestrado em Geofísica Espacial pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (2003). Concluiu o Doutorado em Geofísica Espacial no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais em fevereiro de 2007. Tem experiência na área de Geociências, com ênfase em Geofísica Espacial, atuando principalmente nos seguintes temas: efeito estufa, pantanal, metano, troposfera CFCs e ozônio.
Willian José Ferreira, INPE
Graduado em Física pela Faculdade de Engenharia de Guaratinguetá (UNESP), obteve o título de Mestre em Ciências Ambientais pela Universidade de Taubaté em 2011. Desde 2002, atua no Laboratório de Estudos em Biogeoquímica Ambiental do INPE, estando suas atividades associadas ao fornecimento de informações técnicas e científicas direcionadas a subsidiar políticas públicas de mitigação e adaptação às mudanças ambientais.
Publicado
15/04/2016
Sección
Articulos