Conflitos no uso da terra em Áreas de Preservação Permanente em um polo de produção de biodiesel no Estado do Pará

  • Arlete Silva Almeida Museu Paraense Emílio Goeldi
  • Ima Célia Guimarães Vieira Museu Paraense Emílio Goeldi
Palabras clave: sensoriamento remoto, classificação supervisionada, cultivo de dendê

Resumen

As Áreas de Preservação Permanente (APPs) desempenham um papel fundamental na manutenção dos principais fatores que regulam os processos hidrológicos e de conservação biológica. Na Amazônia, as APPs vêm sendo ocupadas com atividades econômicas de alto impacto ambiental que levam à supressão de vegetação, desrespeitando o regime legal desse tipo de área protegida. Este artigo analisa os conflitos de uso da terra dentro das áreas destinadas à preservação e propõe uma delimitação dessas áreas de acordo com o Código Florestal Brasileiro de 2012, no municipio de Moju, um dos mais importantes polos de produção de biodiesel do estado do Pará. A pesquisa utilizou imagem multiespectral de alta resolução do satélite RapidEye de 2010 para uma classificação supervisionada que determinou oito classes de cobertura e uso da terra, com especial atenção para a floresta, o cultivo agrícola e cultivo de óleo de palma (Elaeis guineensis). As terras alteradas do município perfazem 30,29% do total, sendo que 17,07% estão ocupadas pela pecuária. Somente 5,2% do território de Moju é legalmente definido como APP. Destas áreas, 29,3% se encontram em uso conflituoso, onde predomina a pastagem, presente em 15,6% das APPs do município. O cultivo de palma corresponde a apenas 0,63% da área da APP e a 2,17% do município. A aplicação das novas regras de recomposição de APPs pelo novo Código Florestal Brasileiro irá resultar em perda de 60,69% de área recuperada em APPs neste município.

Biografía del autor/a

Arlete Silva Almeida, Museu Paraense Emílio Goeldi
Arlete Silva de Almeida, nascida no município de Abaetetuba-Pará, em 22 de Agosto de 1958. Estudou o ensino Fundamental e Médio em escolas públicas. Tem formação superior em Geografia com bacharelado e licenciatura (UFPA-1990), Mestre em Ciências Florestais pela Universidade Rural da Amazônia em 2000. Atualmente cursa o doutorado no Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais (UFPa, 2011-2015), com tese intitulada “Dinâmica da paisagem e sustentabilidade de agroecossistemas na Amazônia Oriental”. Em 2003 iniciou a função de tecnologista no Museu Paraense Emílio Goeldi, com atividades em Geoprocessamento nos Projetos INCT, LBA e Cenários para Amazônia. Assim como, desenvolve trabalhos catequéticos na Igreja São Francisco Xavier, em Belém–Pará. Por fim, o artigo submetido embasará a tese em andamento.
Ima Célia Guimarães Vieira, Museu Paraense Emílio Goeldi
Ima Célia Guimarães Vieira possui graduação em Agronomia pela Universidade Federal Rural da Amazônia (1983), mestrado em Genética e Melhoramento de Plantas pela Universidade de São Paulo (1987) e doutorado em Ecologia - University Of Stirling (1996). É pesquisadora titular do Museu Paraense Emilio Goedi, do qual foi diretora na gestão 2005-2009. Participa como docente permanente dos cursos de Mestrado e Doutorado em Ciências Ambientais da UFPA-MPEG-EMBRAPA e do curso de Mestrado em Botânica da UFRA. Tem participado de inúmeras redes temáticas de pesquisa que envolvem estudos ecológicos sobre a Amazônia e coordena o INCT Biodiversidade e Uso da Terra na Amazônia. Participa de inúmeras comissões científicas e de políticas públicas e é membro do Conselho Curador da Empresa Brasil de Comunicação-EBC desde 2009.
Publicado
29/08/2014
Sección
Articulos