Peroxidase de gramínea de Cerrado como alternativa no tratamento de efluentes agroindustriais

  • Raquel Pinheiro Reis Souza Ramalho Universidade Federal de Goiás
  • Paulo Sérgio Scalize Universidade Federal de Goiás
  • Samantha Salomão Caramori Universidade Estadual de Goiás/UEG
Palavras-chave: Echinolaena inflexa, fenóis, peroxidase, poaceae.

Resumo

A despoluição de águas residuais é ainda um desafio para a sociedade e comunidade acadêmica. Diante dos diversos materiais disponíveis para estudo destacam-se as enzimas, em função de sua especificidade para a despoluição e biodegradabilidade para descarte. Novas fontes de enzimas podem representar alternativas eficientes e de custo reduzido em relação às técnicas corriqueiramente utilizadas. Neste trabalho o perfil de peroxidase dos frutos de Echinolaena inflexa foi estudado para aplicação no tratamento de águas residuais. O teor de proteína encontrado foi 5,33 mg g-1. As condições ótimas de reação foram: 50oC, pH 7,5 a 0,1 mol L-1 de tampão fosfato e 15 min. A enzima foi inativada somente após aquecimento a 94oC e teve sua atividade inibida quando incubada com ácido ascórbico a 10 mmol L-1, um inibidor clássico para peroxidases. Nos testes com fenóis e efluentes agroindustriais, a enzima foi capaz de degradar 87,5% do catecol, 67,8% do pirogalol e 39,1% do resorcinol e ainda apresentou 29,1% de capacidade de degradação de compostos fenólicos presentes no efluente bruto. Os resultados mostraram que a peroxidase de Echinolaena inflexa, uma nova fonte de enzimas, possui potencial para ser explorada como alternativa ao tratamento de águas residuais.

Biografia do Autor

Raquel Pinheiro Reis Souza Ramalho, Universidade Federal de Goiás
Possui graduação em Ciências Biológicas pela UEG e mestrado pela UFG (Engenharia do Meio Ambiente). Sua área de interesse em pesquisa se concentra na prospecção de enzimas de plantas de Cerrado para tratamento de água.
Paulo Sérgio Scalize, Universidade Federal de Goiás
Graduado em Ciências Biológicas Modalidade Médica e Bioquímica Médica Análise Físico Químicas e Microbiológicas (1991) e em Engenharia Civil (2004), mestrado e doutorado em Hidráulica e Saneamento pela Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo (EESC-USP), 1997 e 2003, respectivamente. Atualmente é professor na Universidade Federal de Goiás atuando na Escola de Engenharia Civil no campus de Goiânia. Tem experiência na área de Ciências Ambientais, atuando principalmente nos seguintes temas: estação de tratamento de água, qualidade da água, tratabilidade e disposição final lodo de ETA, clarificação, estação de tratamento de esgotos, Laboratório de análise físico-química e microbiológica, gestão de controle de perdas, sub-medição de hidrômetros, planejamento.
Samantha Salomão Caramori, Universidade Estadual de Goiás/UEG
Possui graduação em Ciências Biológicas e mestrado em Biologia pela UFG, doutorado em Ciências Biológicas pela UFPE e pós-doutorado no The Woods Hole Research Center (EUA). Atua como professora do quadro efetivo da Universidade Estadual de Goiás desde 2005 no Câmpus de Ciências Exatas e Tecnológicas e coordena o Laboratório de Biotecnologia. Suas linhas de pesquisa se concentram no estudo de enzimas com potencial biotecnológico, envolvendo técnicas de imobilização em suportes poliméricos.
Publicado
20/01/2016
Seção
Artigos