Estudo estatístico da cinética de crescimento e teor de lipídeos de microalgas cultivadas águas salobras com fins bioenergéticos

  • Bruna da Silveira Guimarães Unidade Acadêmica de Engenharia Química. Laboratório de Referência em Dessalinização (LABDES). Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Rua Aprígio Veloso, nº 882, CEP: 58429-900, Campina Grande, PB, Brazil.
  • Kepler Borges França Unidade Acadêmica de Engenharia Química. Laboratório de Referência em Dessalinização (LABDES). Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Rua Aprígio Veloso, nº 882, CEP: 58429-900, Campina Grande, PB, Brazil.
Palavras-chave: águas salobras, biocombustíveis, biomassa, biotecnologia, lipídeos.

Resumo

O presente trabalho teve como objetivo comprovar, estatisticamente, a influência da salinidade na cinética de crescimento e acumulação lipídica intracelular em microalgas. Foram estudadas as espécies Chlorella sp., Scenedesmus acuminatus, Nannochloropsis sp., Monoraphidium contortum e Pediastrum tetras, as quais foram isoladas na região semiárida nordestina brasileira e cultivadas em meios sintéticos com adição de NaCl. A partir dos cultivos foram analisados a cinética de crescimento, produção de biomassa seca e teor de lipídeos, utilizando-se como ferramenta o planejamento experimental para um fator, tendo a concentração de NaCl como variável independente. Os parâmetros cinéticos velocidade máxima de crescimento (µmáx) e tempo de geração (tg), bem como concentração lipídica foram as variáveis resposta estudadas. Os resultados mostraram que, nas espécies Scenedesmus acuminatus, Nannochloropsis sp. e Pediastrum tetras, o estresse salino contribuiu para o aumento de µmáx e consequente diminuição de tg. Os maiores níveis de acumulação lipídica foram obtidos na Nannochloropsis sp. (62,04%), no meio com maior salinidade e Pediastrum tetras (54,03%) no de menor. A produção de biomassa seca foi maior nas espécies Scenedesmus acuminatus (1.941,37 mg.L-1) e Nannochloropsis sp. (1237,05 mg.L-1), ambas na concentração de 4,0 g.L-1. Portanto, o estresse salino atuou diretamente no crescimento celular e teor de lipídeos das espécies, podendo este ser utilizado como artifício para potencializar a produção lipídica, com fins de produção de biocombustíveis.


Publicado
08/06/2021
Seção
Artigos